O vice-governador Paulo Octávio não deverá sofrer punições do partido por seu envolvimento no chamado "mensalão do DEM" no Distrito Federal. Poderá, ao contrário, até se transformar numa espécie de plano B da legenda para candidatura ao governo local se conseguir sobreviver ao desgaste político provocado pelo escândalo.
Caso a expectativa de expulsão do governador José Roberto Arruda no dia 10 se confirme e, assim, fique sem legenda para disputar a reeleição, Paulo Octavio herdaria o apoio. Enquanto isso, Arruda tentaria manter o comando do governo até o final do mandato.
No entanto, a operação é considerada delicada e de alto risco. Depende da disposição de Paulo Octávio para se expor numa acirrada disputa e requer forte blindagem política em torno de seu nome, que também é citado no escândalo e deverá ser alvo de intensos ataques. A estratégia fica atrelada ainda ao convencimento do próprio Arruda de que o projeto passará por uma aliança política real com Paulo Octávio, não se tratando de manobra para ocupação de seu espaço. "Esse movimento só existe se tiver a participação direta de Arruda. Do contrário, ele será o primeiro a implodir o plano", diz um político próximo do governador, que considera a estratégia "plausível".
Assim como a expulsão de Arruda já foi decidida pelo comando do partido, a salvação interna de Paulo Octávio é considerada certa pelo DEM. Ele não aparece diretamente em vídeos ou áudios gravados pelo ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa. O problema central é que nas gravações aparece Marcelo Carvalho, braço direito do ex-senador nas suas empresas, recebendo uma mala e uma pasta entregues por Barbosa, supostamente contendo dinheiro. Depois do escândalo, Paulo Octávio tem afirmado que não autorizou ninguém a receber nenhuma quantia em seu nome, inclusive Carvalho.
Fonte: vermelho.org.br
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