Aécio diz que tucanos devem procurar outros aliados
As imagens do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), e de alguns de seus assessores próximos e deputados distritais com maços de dinheiro deixaram o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), "violentamente surpreendido".
Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (2), Aécio também afirmou que o caso causou desgaste ao DEM, principal aliado do PSDB na candidatura à Presidência em 2010, e aproveitou para reforçar seu nome como aquele capaz de agregar "outras forças políticas" para a corrida presidencial do ano que vem, sem excluir o Democratas da aliança. Arruda era tido como o principal nome do DEM para ser o vice da chapa com os tucanos.
"As cenas são realmente tristes. Me surpreendi violentamente com elas. As imagens são muito fortes, são extremamente fortes. As cenas são chocantes e as acusações, me parecem, são extremamente graves. O desgaste existe, ele é claro. Vamos ter que contabilizá-lo no momento eleitoral, não dá para você antecipar agora uma contabilização de prejuízo", avaliou.
"Talvez esse episódio fortaleça a ala tucana que quer ampliar a aliança. Tenho disposição, se for a vontade do meu partido, de colocar o meu nome como candidato à Presidência da República. Acho que posso atrair aliados importantes", acrescentou.
Para Aécio, que no passado já fez vários elogios a Arruda, o governador do DF deve explicações sobre o esquema desbaratado por meio da Operação Caixa de Pandora da Polícia Federal. Afirmou ainda que caberá ao Democratas decidir sobre o destino político do colega do DF.
No meio do escândalo que contamina a política da capital federal, sobraram acusações também para Aécio. O governador mineiro foi apontado como uma das pessoas a quem Arruda pediu ajuda quando soube que estava sendo investigado. Aécio nega a acusação.
Aécio também negou relação entre o caso do DF e outros esquemas apelidados de "mensalão" envolvendo o PT e, em 1998, na reeleição do então governador de Minas, o atual senador Eduardo Azeredo (PSDB). Os dois casos correm no Supremo Tribunal Federal (STF). "Não quero me ater na análise profunda da diferença dessas questões. São absolutamente distintas", disse.
DEM critica PSDB por falta de “solidariedade”
Ao anunciar a abertura de processo contra o governador flagrado recebendo maços de dinheiro, o presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), criticou a postura do PSDB em diversas ocasiões.
Hoje, a Executiva nacional do PSDB decidiu sair da base aliada de Arruda no Distrito Federal.
Maia reclamou do fato de alguns tucanos analisarem o mensalão do DEM como um dos motivos de não colocar o partido na chapa presidencial a ser encabeçada pelo governador José Serra ou Aécio Neves. O democrata lembrou que o seu partido foi “solidário” à governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), acusada de desviar R$ 44 milhões do Detran.
“Da mesma forma que a direção nacional do DEM foi solidária com a crise por que passa até hoje o PSDB no Rio Grande do Sul, eu não entendo por que alguns tentam misturar temas.”
As críticas chegaram a uma suposta omissão dos tucanos. “No Distrito Federal, o Democratas tem o governador hoje e vai julgá-lo. No Rio Grande do Sul, o PSDB tem o governador e não fez nenhum tipo de julgamento”, disparou Maia. “Nós vamos decidir. No caso dos outros partidos, não se decide.”
O presidente do Democratas afirmou que as crises, “infelizmente”, atingem qualquer partido. E que isso não impede em nada uma eleição. “Se crises como essa fossem impedimentos, talvez o PSDB não pudesse ter candidato a presidente”, afirmou Maia.
Ele preferiu não comentar o desembarque tucano da gestão de Arruda: “Cada partido toma sua decisão”.
Fonte: vermelho.org.br
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