A parcela da população brasileira que acessa a internet cresceu 75,3%, entre 2005 e 2008, informa a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) divulgada ontem pelo IBGE. Aumentou também, de 36,6% para 53,8% – mais da metade dos brasileiros – a parcela que possui telefone celular para uso pessoal. São 86,4 milhões. Segundo o IBGE, a Pnad teve como referência o mês de setembro de 2008 e ouviu 391.868 pessoas em 150.591 domicílios de todos os estados.
Para verificar o acesso à internet, a Pnad levou em conta quem utilizou a rede pelo menos uma vez nos três meses anteriores à realização das entrevistas. Constatou que o acesso à rede mundial de computadores passou de 20,9% dos brasileiros, em 2005, para 34,8%, no ano passado.
O acesso continua bem maior entre os jovens – 62,9% no grupo de 15 a 17 anos – e escolarizados. A média para os que usam a internet é de 10 anos de estudo, contra 5,5 dos que nunca acessaram. Outra constatação foi a de crescimento significativo do uso da internet entre as pessoas que têm menos de 4 anos de estudo. Eram 2,5%, em 2005, e passaram a ser 7,2%, em 2008.
Lan houses avançam
Outra mudança identificada foi a disseminação das lan houses. Em 2005, elas eram o terceiro lugar de onde as pessoas mais acessavam a internet, com 21,9%, atrás do local de trabalho (39,7%). Em 2008, passaram para a segunda posição, com 35,2%, perdendo apenas para a opção casa (57,1%). Nas regiões Norte e Nordeste as lan houses já estão em primeiro lugar, com 56,3% e 52,9%, respectivamente.
“O país teve um avanço importante, de 2005 para 2008, nas classes de rendimento mais baixo, o que mostra que estamos no caminho para a democratização do acesso”, afirmou Cimar Azeredo, pesquisador do IBGE. Para Azeredo, as lan houses exercem um papel importante nas regiões mais pobres ou afastadas.
“Hoje, menos pessoas dizem que não acessam a internet por causa do preço. Ele não é visto mais como impedimento”. Pelo IBGE, o alto valor dos microcomputadores foi o motivo dado por apenas 1,7% das pessoas, enquanto em 2008, chegava a 9,1%.
A pesquisa também constatou mudança na finalidade do acesso à rede. Em 2008, a comunicação com outras pessoas foi o motivo mais citado pelos usuários (83,2%), superando os fins educacionais e de aprendizado (65,9%), que eram a principal razão dos acessos em 2005 (71,7%). Nos três anos seguintes, a banda larga superou, pela primeira vez, o acesso discado e passou de 41,2% para 80,3%.
Pré-pago
A pesquisa destaca que, entre os que têm celular, 44,7% não possuem telefone fixo em casa. O IBGE avalia que isso acontece porque, diferentemente do telefone convencional, o celular não exige o pagamento de mensalidade. Os planos pré-pagos – em que a pessoa coloca crédito antes de usar – explicam, por exemplo, porque 81,9% daqueles que ganham até 25% do salário mínimo não tem telefone fixo.
Fonte: vermelho.org.br
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