No contra da maré de más notícias para a oposição ao governo Lula, O Estado de São Paulo noticiou nesta sexta-feira (5) que "Aécio espera pesquisas de abril para definir se aceita ser vice de Serra" e, "se avaliar que paulista sustenta dianteira, é provável que abrace a causa; do contrário, investirá na eleição mineira". Mas o próprio Estadão, desconfiado da hipótese, adianta que se não der certo o vice será o senador tucano Tasso Jereissati (CE). O DEM nem é citado.
O texto de Ana Paula Scinocca e Julia Duailibi cita como fontes "aliados" do governador José Serra, "a Cúpula", "caciques" e "um líder" do PSDB. Prudentes, as jornalistas medem as palavras ao aventar a possibilidade.
"Chances de derrota"
"Aécio diz que não está nos seus planos compor a vice. A cautela [...] baseia-se no temor de que o favoritismo de Serra seja recall das eleições passadas e a tendência do governador seria perder espaço para os demais candidatos. Para os aliados de Aécio, ele não pretende entrar num projeto que, além de não ser seu, tem chances de derrota", diz a reportagem.
O governador de Minas vem repetindo publicamente de forma sistemática que pretende disputar o Senado e se dedicar à eleição de seu vice, Antonio Anastasia, no Estado. Mas a cúpula tucana, depois de ter asfixiado a pretensão presidencial do mineiro sem ao menos levar a sério a ideia das prévias no partido, estende-lhe um tapete vermelho na esperança de que ele aceite a vice.
Contrapeso para o Nordeste
"A cúpula do PSDB está convencida de que a chapa puro-sangue [Serra-Aécio] é a forma de vencer a candidatura governista da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT). Ter um bom desempenho em Minas, dizem os caciques, seria a única forma de compensar a provável derrota no Nordeste", prossegue.
"Serra será candidato em qualquer circunstância, mas sabe que com Aécio a vitória fica mais próxima", afirmou um líder do partido segundo o Estado. "No Nordeste a vantagem do PT é esmagadora, seja com qualquer candidato. Mas em uma chapa Serra-Aécio levaríamos vantagem nos maiores colégios eleitorais do País de maneira a equilibrar e até ficarmos com vantagem", observou o "importante líder dos tucanos".
A única fonte citada pelo nome é o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), que estará em Belo Horizonte na próxima segunda-feira. Mas Guerra apenas observa que "há um compromisso no PSDB, inclusive do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, de não tratar disso agora".
E prossegue o jornal paulista: "No partido, a relação entre Serra e Aécio, que sempre foi de altos e baixos, tem sido avaliada como 'a melhor possível' pelo momento e pela atual conjuntura política. 'Eles não morrem de amores um pelo outro, mas se respeitam', avaliou outro líder do PSDB."
Nem uma palavra sobre o DEM
"No caso de Aécio decidir ficar de fora do projeto Serra, outro nome tucano começa a circular nos bastidores. É o do senador Tasso Jereissati (CE). A explicação é simples: ele é do Nordeste e tem ótimo trânsito com o empresariado. 'São duas importantes características que o Serra não tem', resumiu um integrante do PSDB", diz ainda o Estadão. ~
O jornal não comenta as dificuldades de Tasso em seu bastião político cearense, onde os tucanos acham-se ameaçados de extinção depois de perderem o governo e por duas vezes a prefeitura da capital. Também não faz mensão ao DEM. O partido era candidato natural a indicar o vice da chapa oposicionista até o estouro do escândalo envolvendo um dos nomes mais citados para a tarefa, o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda.
Fonte: vermelho.org.br
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