quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Reservas internacionais atingem R$ 457,8 bi e batem recorde

O aumento das reservas internacionais do Brasil em R$ 4,8 bilhões (US$ 2,8 bilhões), entre quinta-feira da semana passada e esta terça-feira (14), indica uma intervenção mais forte do Banco Central por meio dos leilões de compra da moeda norte-americana no mercado à vista com o objetivo de deter a valorização do real frente ao dólar.
Nesta terça-feira, as reservas internacionais estavam no patamar recorde de R$ 457,8 bilhões (US$ 265,139 bilhões). Nesse dia, foram incorporados os dólares comprados em leilão na sexta-feira, com liquidação em dois dias úteis.

Colchão
O dinheiro das reservas internacionais funciona como um colchão para suavizar possíveis impactos de crises, como a que estourou em 2008 e afetou praticamente todas as economias mundiais. É como se fosse uma poupança, que pode ser usada em caso de urgência, principalmente quando falta dinheiro no mercado.
As reservas internacionais são formadas a partir da entrada de dinheiro no país, seja por meio das exportações (vendas de mercadorias e matérias-primas para outros países), seja pelo ingresso de investimentos estrangeiros, diretos ou indiretos.
Com essa reserva, o BC consegue evitar a desvalorização repentina da moeda brasileira, o real, que ocorre quando os investidores internacionais, desconfiados com o futuro da economia do país, resolvem sair do mercado brasileiro todos de uma vez. Nesse caso, o governo pode usar sua poupança. Basicamente ele pega esse dinheiro, que são dólares, e vende no mercado, o que impede que haja desvalorização da moeda brasileira.
Oferta e procura
O câmbio flutua segundo a lei da oferta e demanda. Se há menos dólares em circulação, a moeda americana sobe e a brasileira cai. Quando aumenta a oferta de dólares, ocorre o contrário, ou seja, o dinheiro dos EUA fica mais barato e o do Brasil, valoriza.
Os dados anteriores à retomada da estratégia do BC de fazer dois leilões por dia mostravam as reservas em R$ 453 bilhões (US$ 262,357 bilhões). A variação das reservas está sujeita não somente às compras de dólar nos leilões, mas também à oscilação dos investimentos estrangeiros.
Ainda assim, a mudança de patamar das reservas ocorreu em sintonia com a estimativa de vários profissionais do mercado por compras diárias na casa de R$ 1,72 bilhão (US$ 1 bilhão) a partir de sexta-feira.

Dados divulgados mais cedo pelo Banco Central revelaram que o país incorporou às reservas na semana passada R$ 1,13 bilhão (US$ 658 milhões). Desse montante, R$ 357,4 milhões (US$ 207 milhões) eram referentes à primeira sessão em que o BC realizou dois leilões de compra - na quarta-feira (8), mas com liquidação financeira na sexta-feira (10).

A estimativa de operadores já apontava para uma compra mais moderada no primeiro dia de leilão duplo, sendo que as projeções variavam entre R$ 379,9 milhões (US$ 220 milhões) e R$ 604,4 milhões (US$ 350 milhões). Os dados oficiais das compras do BC entre quinta-feira passada e esta quarta-feira (15) serão conhecidos na próxima semana.

Fonte: vermelho.org.br


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