Finalizei minha última coluna aqui no site Bigorna assim (leia ela completa aqui):
“Com a ajuda dos setores progressistas da sociedade, vai romper com o preconceito e fazer sua sucessora, que deverá continuar o processo de transformação do Brasil, de um gigante adormecido, no Gigante que já é.
VIVA A MULHERADA BRASILEIRA!”
Minha família é fundadora do PT. Meus manos Libânio e Clóvis participaram de tudo e nos levaram junto. Minha mãe e meu mano Denis também são filiados e militantes valorosos. Minha mana Betânia, arte-educadora, é simpatizante. Fundamos núcleos, fizemos campanhas e elegemos inúmeros companheiros de luta desde 1982. A casa deles no Tatuapé é praticamente sede do partido em época de eleição com faixas e bandeiras, e chegando ao máximo de minha mãe atender ao telefone dizendo “Lula presidente, bom dia”! Temos alguns parentes tucanos, mas nas outras eleições mantivemos uma convivência pacífica. Nessa não. Parece que o estilo baixaria que o candidato derrotado assumiu desde o começo “pegou” nesses eleitores. Uma campanha de ódio contra Lula, PT, os pobres, o crescimento econômico (que fazia os pobres se misturarem a eles) e Dilma pegou fogo na internet. Briguei com amigos, familiares e conhecidos de internet.
Depois de pedir educadamente que não me enviassem todo aquele lixo internético, bloqueei vários deles. Mesmo bloqueados, vários e-mails continuaram chegando. Perdi as estribeiras e fui grosseiro com alguns (estou arrependido). Não vi outro jeito deles pararem de me enviar aquele lixo. Quando respondi aos ataques que os "bem-informados defensores da verdade e da ética" enviavam, disseram que eu só confiava nas MINHAS fontes petistas. Engraçado, Luís Nassif, Paulo Henrique Amorim e Luiz Carlos Azenha não são petistas. As mentiras que me enviavam não tinham assinatura de ninguém, mesmo assim eram os "iluminados”.s" achavam que eu tinha que trocar um jornalista conhecido por um fascista anônimo. Espero nunca mais passar por isso, nunca mais ter de ver o que há de pior nas pessoas, que acham ter o direito de se impor.
Minha mãe, dona Lurdinha, petista de carteirinha, disse que teve pesadelos. Sonhou que na hora de votar, digitava 13 e aparecia a cara do Serra. Com medo, não confirmou o voto, chamou os mesários que não resolveram nada, chamou o presidente do TSE, e nada. Aquela cara do Serra rindo ia crescendo na urna eletrônica. Acordou agoniada!
O que importa é que, como o comitê de campanha Dilmista frisou: “A verdade venceu a mentira”. Venceu porque ganhou com quase 57% dos votos válidos. É uma bela vitória.
O que diferencia Dilma dos Tucanos
Foi um alívio ver que não foi sonho: Dilma ganhou de Serra mesmo. O candidato derrotado faz parte do grupo político (comGeraldo Alckmin e Claudia Costin) que fechou o Museu do Cartum, o MAG, em São Paulo. Escrevi um pouco sobre issoaqui.
Como se não bastasse isso, o governo de São Paulo comprou um lote de livros para distribuir para alunos de 9 anos. Alguns pais acharam o conteúdo inadequado (e era) para essa idade. Serra falou grosseiramente sobre o livro editado pela Via Lettera “Dez na Área, Um na Banheira e Ninguém no Gol”, dizendo que eram “Quadrinhos de mau gosto”. A Via Lettera não havia sido informada pela Secretaria de Educação da faixa etária dos estudantes.
Fiz uma charge sobre o caso, veja aqui.
A única bola dentro que os tucanos paulistas deram foi no Projeto PROAC, que incluiu HQs desde 2008. Espero que continuem assim...
O que os quadrinhistas podem esperar do Governo Dilma?
Respeito, apoio, valorização e patrocínio.
Sempre que a administração petista esteve envolvida com cultura, projetos culturais interessantes e populares floresceram, cresceram, deram frutos. Neste artigo mostro um pouco da diferença entre projetos políticos e como isso afeta a vida de quem produz Quadrinhos ou Charges no Brasil.
Eu digo, sem medo de errar: se Dilma escolher um ministro da Cultura como Gil, escolhido pelo presidente Lula, estamos bem. Gil dividiu os patrocínios que antes iam principalmente para projetos ligados à Globo Filmes, entre centenas de cineastas pouco conhecidos. O resultado é que hoje, mais de 50% dos filmes em cartaz nos cinemas, são nacionais. Temos festivais espalhados pelo Brasil, inclusive um Festival de Cinema da Favela, em Sampa. É o brasileiro fazendo cinema que mostra o Brasil pro seu próprio povo. Já pensaram se isso também acontece com os Quadrinhos?
O MEC, através do Programa Nacional Biblioteca da Escola, tem adotado há alguns anos, títulos de quadrinhos nacionais e estrangeiros para serem distribuídos em escolas. Isso é algo extremamente positivo. Faz as editoras se animarem a investir na área, recria no aluno, o gosto pela leitura de HQs, incentiva os quadrinhistas a produzirem. Em 2009 o PNBE selecionou 23 obras em Quadrinhos, e o acervo das bibliotecas das escolas públicas de todo o Brasil contava, em 2007, com 32.147 exemplares.
E como escreveu José Aguiar:
“A leitura de HQs tem o potencial de despertar o interesse pela leitura e consequentemente melhorar a qualidade dos jovens leitores. Foi-se o tempo em que os educadores acreditavam ser uma revista em quadrinhos coisas de quem tinha preguiça de ler? Infelizmente ainda não. Temos décadas de preconceito a serem superadas e professores a serem instruídos no potencial que os quadrinhos têm para ensinar. Mas hoje o cenário é promissor e o mercado está aquecido.”
Grandes mestres do Quadrinho nacional como os irmãos Eduardo e Walter Vetillo também reconhecem:
“O MEC começou a adotar quadrinhos também como livros didáticos para as escolas. E a partir disso o Guarani foi criado em HQ. Os quadrinhos costumam ser mais fáceis de se ler e compreender. Não devemos desmerecer a literatura em nenhum momento, mas as pessoas costumam se identificar mais rápido com desenhos do que com livros imensos sem ilustração. Não pretendemos parar de fazer adaptações desses grandes nomes da história brasileira. Dentro desse mesmo projeto, por exemplo, também temos “A Ilha do Tesouro, de Robert Louis Stevenson” e o Eduardo também fez o roteiro e desenhou a obra “Palmares, a luta pela liberdade”.”
No site G1, aqui, pude ver comentários de nomes importantes da cultura brasileira, dos quais destaco:
Ziraldo, quadrinista – declarou voto em Dilma
O que espera do novo governo?
"Espero que ela se saia bem, apesar dos grandes problemas que vai ter. Ela vai ser comparada a Fernando Henrique e Lula, que são duas cobras criadas, enquanto ela é uma novata completa, que foi eleita evidentemente pelo prestígio de Lula. Mas pelo pouco que conheço dela, sei que ela tem um senso de responsabilidade impressionante. Ela não está chegando ao poder por um projeto pessoal - nunca passou pela cabeça dela ser presidente. Já o Serra vem desde o começo com o sonho do poder. A Dilma está entrando em um sótão que ninguém nunca entrou: é a primeira mulher [na presidência do Brasil] e é também a primeira a vir na sombra do Lula, o que não vai ser brinquedo.”
O que diria a Dilma?
"Parabéns, e muitas felicidades, muito êxito. Como diria um velho batalhador, que teu Deus te ilumine."
Maurício de Sousa, quadrinista – não declarou voto
O que espera do novo governo?
“Espero que continue com essa bela democracia que vivemos no Brasil.”
O que diria a Dilma?
“Que bote a educação no panteão das coisas mais importantes. Tem de ser a prioridade máxima dos planos do governo”.
José Mojica Marins, cineasta – declarou voto em Dilma
O que espera do novo governo?
"Haverá uma mudança tremenda no Brasil. No momento não posso afirmar se é para pior ou para melhor. Temos de aguardar, no mínimo, os três primeiros meses após a posse para dizer, realmente, se vamos estar com a pessoa certa ou errada. Se foi certo ou errado eleger uma mulher."
O que diria a Dilma?
“Primeiramente, para ela pensar em todas as promessas que ela fez. Agora que ela já está, realmente, lá dentro, pode pensar com maior calma e dizer se dá pra cumprir o que prometeu: que é, realmente, um Brasil superior.”
Vou fechar este texto com uma frase do meu amigo e quadrinhista Xalberto:
“É isso aí, Bira! BRASIL se escreve com "S"! Abraço!”
Fonte: Bigorna.net
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